“Quando pensamos em escola, pensamos em tuna” – 26 anos de história contados por quem os viveu
Ao longo de 26 anos, a escstunis marcou não só a vida dos que por ela pisaram o palco, como também de todos aqueles que a seguem lá fora. Na ESCS, a nossa casa, são vários os que nos acarinham e apoiam – e não seria o mesmo sem eles.
Feita por alunos, alguns ainda a estudar e outros já licenciados, a escstunis sempre fez parte da viagem académica de vários alunos da Escola Superior de Comunicação Social.
Magda Cruz e Andreia Jesus licenciaram-se em jornalismo este ano. Ambas recordam na perfeição como foi o dia em que viram a escstunis atuar pela primeira vez. A vontade de fazer parte foi imediata, revelam com um brilho nos olhos. A verdade é que, por razões distintas, nenhuma delas chegou a entrar para a tuna, mas desde esse dia que acompanham todos os nossos passos.
Enquanto repórter do 8ª Colina, Magda acompanhou durante vários dias a escstunis na preparação do 23º Tuna M’isto. “Nos bastidores havia um ambiente muito giro que se criava”, conta. A escstunis junta pessoas de vários cursos e de várias idades. Pessoas que, unidas pela música, têm uma grande vontade de fazer coisas diferentes. Para Magda, o que mais nos distingue de todos os outros projetos da ESCS é o ambiente de família que conseguimos criar.
Como aluna, é com grande orgulho que vê a forma como representamos a escola onde estuda, de norte a sul do país. “Todos os fins de semana representam a ESCS noutras escolas e recebem prémios por isso. O nome da ESCS vai muito longe”, diz a ex-aluna.
Andreia confessa que o seu percurso na ESCS não vai ficar completo por nunca ter entrado para a tuna. Tal como Magda, vê em nós um espírito de união que não há em mais nenhum projeto da escola. O esforço e dedicação que depositamos em todos os nossos espetáculos é, para Andreia, notório: “Quando vejo um espetáculo vosso sinto que nada podia estar melhor, vocês fazem tudo ao pormenor”.
À medida que os anos foram passando várias coisas mudaram na escstunis. Mas uma das mais evidentes é, sem dúvida, o número de membros. Em 1994 a tuna tinha pouco mais de uma dezena de integrantes. Agora, 26 anos depois, por pouco não chega a uma centena. “Há cada vez mais pessoas a querer entrar porque se nota a vossa união”, refere Andreia acrescentado que é a tuna com mais pessoas que conhece.
Em tom de brincadeira tentámos perceber quantas músicas é que a aluna conhece do nosso reportório musical e a resposta foi surpreendente. Andreia vai contando pelos dedos enquanto se tenta lembrar dos nomes das músicas: Teu Sorriso, Desfolhada, Vida Boémia, Imperial, Hino, Sonhando, Silêncio do Tom. E mesmo que não saiba os nomes, ao ouvir chega lá. A preferida da recém licenciada é o nosso último original, estreado no 23º Tuna M’Isto, o 1755.
Não são só os alunos que se cruzam com a tuna durante a sua passagem pela ESCS. Também os funcionários e professores não ficam indiferentes àquilo que a escstunis tem para dar.
Rui Gil, mais conhecido por “Sr. Rui da reprografia”, é funcionário da ESCS há 12 anos. Os seus quase 50 anos de idade não lhe apagam da memória a primeira vez que viu a escstunis atuar. Foi na reitoria da Aula Magna de Lisboa, onde antes era realizado o Tuna M’Isto, e desde aí que tem vindo a acompanhar os espetáculos da tuna sempre que pode, às vezes até trazendo a família atrás.
Para Rui Gil, a escstunis tem um papel de grande importância dentro da ESCS, não só pelo facto de ter muitos elementos, mas principalmente por, todos os anos, conseguir integrar novos alunos. Aprecia a forma como nos relacionamos uns com os outros, num espírito de muito companheirismo e amizade, e a preocupação que temos em nos mantermos sempre em atividade nunca deixando morrer o espírito académico.
E por que não fazer parte deste projeto? “Tenho uma péssima voz e não sei tocar nenhum instrumento, talvez só o triângulo”, mas se fosse possível os funcionários da ESCS juntarem-se à tuna, Sr. Rui não hesitava.
A boa relação da escola com a tuna permitiu que ambas tivessem andado de mãos dadas ao longo destes 26 anos. Se um crescia, o outro também. Se um melhorava, o outro acompanhava. Mas algo que se manteve igual durante os 26 anos de existência da tuna foi não só a capacidade integrar novos membros, mas também de manter os que já terminaram o curso, diz o professor.
É com muito prazer que André Sendin acompanha o crescimento da escstunis. “Trabalha-se com muito gosto e aprende-se muito, como em todos os outros núcleos, mas aqui as coisas fazem-se com um gosto e um divertimento diferente”.
André Sendin conta o orgulho que sente quando passa na baixa lisboeta e vê a animação e a alegria bem presente nas atuações de ruas. Cruzar-se connosco nas ruas da capital deixa-lhe sempre um gosto especial.
Tendo sido um dos primeiros projetos a serem criados numa escola que é “muito rica em núcleos”, a relação entre os dois sempre foi marcada pela reciprocidade, muito semelhante a uma parceria, explica o professor. Para o presidente, a escstunis tem sido um “estandarte” da escola, ao espalhar em todos os locais que vai atuar, alguns além-fronteiras, e até elevar o nome da escola.
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